É o décimo álbum de estúdio.
A turnê "In the Flesh Tour" ocorreu de 23 de Janeiro de 1977 à 6 de Julho de 1977.
Trata-se de um álbum conceitual, a exemplo dos dois anteriores "Dark Side of the Moon" (1972) e "Wish You Were Here" (1975), e traz críticas às condições político-sociais da Inglaterra da década de 1970. Foi gravado no estúdio da banda, "Britannia Row", em Londres e sua produção fmarcou os primeiros sinais de discórdia que, posteriormente, culminariam na saída de Wright.
O disco é um prenúncio do que ocorreria em "The Wall" (1979), pois Waters assinou praticamente todas as músicas, com exceção de "Dogs", assumindo a partir deste álbum definitivamente as rédeas da banda.
A inspiração para o álbum adveio do livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell, com forte crítica ao sistema político.
A banda tinha conquistado na época de lançamento do álbum enorme popularidade, lotando estádios, conquistando espaço nas rádios e nas revistas. Entretanto, inevitavelmente passou a ser alvo óbvio de manifestações do novo movimento cultural que nascia na europa, conhecido como "punk", trazendo lemas como "faça-você-mesmo". Seus adeptos tinham interesse pela aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura. A música era um dos elementos do movimento "punk" com a pregação de composições simples, incluindo a moda, o design, as artes plásticas, o cinema, a poesia, e também o comportamento (podendo incluir ou não princípios éticos e políticos definidos), expressões linguísticas, símbolos e outros códigos de comunicação. Surge dentro do contexto de contracultura, como reação à não violência dos hippies e a um certo otimismo daqueles. O ódio proveniente do movimento punk foi direcionado ao rock progressivo, destacando-se, neste passo, a emblemática atitude de Johnny Rotten, um dos grandes ícones do punk, de usar uma camiseta com os dizeres “I hate Pink Floyd".
Embora sob uma atmosfera tensa, foi gravado no "Britannia Row Studios", montado pela banda num galpão antigo, e que segundo Nick Mason mais parecia uma prisão. Em 1975 o Pink Floyd comprou um edifício de três andares localizado em Britannia Row, Islington. O contrato com a EMI em troca de percentagem reduzida nas vendas havia expirado, assim que transformaram o edifício em um estúdio de gravação e armazém. Sua construção durou quase todo o ano de 1975, e em abril de 1976 a banda começou a trabalhar em seu oitavo álbum de estúdio, Animals, na nova instalação.
A capa, um porco inflável flutuando entre e sobre duas chaminés da Usina Termelétrica de Battersea, em Londres, foi desenvolvida conuntametne por Waters e Storm Thorgerson (Hipgnosis). Este último ofereceu três ideias, uma das quais era uma pequena criança entrando no quarto de seus pais e os encontrando fazendo sexo, isto é: "copulando, como os animais!". Mas o conceito utilizado foi desenhado por Waters, que na época vivia em Clapham Common e passava várias vezes em frente a Usina Termelétrica de Battersea, que já estava perto de ser fechada. A vista do edifício foi escolhida para a imagem da capa, e a banda contratou a empresa alemã Ballon Fabrik (já havia construído dirigíveis Zeppelin) e o artista australiano Jeffrey Shaw para a construção de um balão suíno de 9,1 m (conhecido como Algie). O balão foi inflado com gás hélio e colocado frente ao edifício, com um atirador treinado pronto para disparar, se ele escapasse. Infelizmente, o mau tempo atrasou a sessão de fotos e o empresário da banda, Steve O'Rourke, não tinha planos de contratar o atirador por mais dias. No outro dia, o balão se soltou das cordas e desapareceu de vista. Ele pousou em Kent, sendo recuperado por um fazendeiro local, que aparentemente estava furioso porque "havia assustado suas vacas". Depois, escolheram outro dia para a sessão de fotos, mas como as fotografias iniciais da central de energia foram consideradas melhores, a imagem do porco foi sobreposta.
O tema da capa também está incluída nos rótulos do LP. No lado A mostra uma objetiva olho de peixe de um cão em um campo tipicamente inglês, enquanto o lado B mostra um porco e uma ovelha no mesmo local. Foi utilizada a caligrafia de Nick Mason como fonte tipográfica para todo o álbum. Dentro da embalagem foram utilizadas fotografias monocromáticas das ruínas ao redor da usina.
"Algie" se tornou a inspiração temática utilizada na turnê, denominada "In the Flesh Tour".
Um porco inflável flutuava sobre a plateia, e durante cada apresentação era substituído por uma versão mais barata. Certa vez, o leve gás propano foi substituído por mistura de oxigênio e acetileno, produzindo uma enorme (e perigosa) explosão. O promotor da banda, Marcel Avram, levou um leitão para Munique, que causou destruição em todo o quarto de hotel, deixando o empresário O'Rourke lidar com as consequências resultantes.
A turnê teve artistas convidados, como Dick Parry e Snowy White, mas as relações dentro da banda se tornaram preocupantes. Waters costumava chegar aos shows sozinho e ia embora pouco depois que as apresentações acabavam. Em uma ocasião, Wright voltou para a Inglaterra ameaçando deixar a banda. O tamanho dos locais também foi um problema: em Chicago, os promotores alegaram vender 67.000 ingressos para o estádio Soldier Field, mas Waters e O'Rourke desconfiaram. Eles contrataram um helicóptero, um fotógrafo e um advogado, e descobriram que a presença real foi de 95.000. Em julho de 1977, no último show da turnê no Estádio Olímpico de Montreal, um pequeno grupo de fãs barulhentos na primeira fila da platéia irritou Waters de tal forma que ele cuspiu em um deles. Ele não era a única pessoa que se sentia mal por tocar para públicos tão grandes: Gilmour chegou a se recusar tocar o habitual bis da banda. Mais tarde, Waters conversou com o produtor musical Bob Ezrin sobre o sentimentos de alienação e o desejo de se isolar construindo um muro no palco entre ele e o público.
São apenas cinco faixas:
"Pigs on the Wing (Part I)"
"Dogs"
"Pigs (Three Different Ones)"
"Sheep"
"Pigs on the Wing (Part II)"
"Pigs on the Wing" é uma canção de duas partes, abrindo e fechando o álbum. De acordo com várias entrevistas, foi escrito por Waters como uma declaração de amor a sua nova esposa Lady Carolyne Christie. Esta canção é significativamente diferente das outras três canções do álbum, com um clima mais bucólico e leve.
Dogs foi escrita em 1974 por Gilmour e Waters com o título "You've Got to Be Crazy". Waters modificou a letra em algumas partes, transpôs a tonalidade para atender ao vocal de Gilmour, e renomeou-a como "Dogs", com 17 minutos de duração. A música tem violões, solos incríveis de guitarra telecaster, órgão farfisa (os acordes em "crescendos"), piano elétrico, órgão hammond, e sintetizadores, além, é claro, da bateria de Mason e o contrabaixo de Waters. O interlúdio, com assinatura de compasso em 6/4, é construído sobre várias camadas de sintetizadores, sustentando os quatro acordes do tema principal, com o som de cães latindo processado através de um vocoder. A última palavra de Gilmour, "stone", ecoa lentamente por muitos compassos, em fade out. Não há guitarras nesta seção. Gradualmente, um solo de sintetizador emerge, e como ele atinge o seu clímax, e, após, reaparece os acordes acústicos de guitarra, no andamento original.
Ao vivo eu utilizo na base um sampler de ARP Strings combinado com Pads analógicos de um Roland JX-8P, tocados em um nord stage 2 ha88, com samplers de cães colhidos da internet e processados por um vocoder digital. Para solar, utilizo um minimoog voyager performance edition.
"Pigs (Three Different Ones)", ou porcos, representam o povo que Waters considera se situar no topo da escala social, os únicos com riqueza e poder, os quais manipulam as pessoas que fazem parte das demais camadas sociais, incentivando-as serem ferozmente competitivas e cruéis, razão pela qual os porcos podem, assim, permanecerem poderosos.
Três versos da canção apresentam, cada um, um "porco" diferente. Interessante notar que é possível identifcar apenas o terceiro "porco", a ativista Mary Whitehouse:
"Hey, you, whitehouse
Ha ha charade you are
You house proud town mouse
Ha ha charade you are
You're trying to keep our feelings off the street
You're nearly a real treat
All tight lips and cold feet
And do you feel abused?"
No interlúdio, David Gilmour usa pela primeira vez na sua carreira no Pink Floyd um efeito conhecido como "talk box" na guitarra, imitando som de porcos. Gilmour também gravou as frases de contrabaixo enquanto o órgão hammond de Wright soa com frases repetidas na introdução e coda. Roger Waters, em contrapartida, gravou algumas guitarras nesta música.
Quando foi tocada em Montreal, em julho de 1977, um fã irritou Waters, jogando uma garrafa de cerveja no palco, e este, então, cuspiu de volta no rosto daquele. Este fato tem sido citado como o princípio que concebeu o próximo álbum da banda "The Wall" (1979).
A música "Sheep" tem uma introdução inspirada de Wright no piano elétrico Rhodes. Sempre que posso levo o Rhodes para os palcos para tocar esta música. Por mais que se criem samplers de qualidade, nada substitui o instrumento original. Além da sonoridade incrível do Rhodes, é incrível como é possível sentir nas teclas toda a vibração da banda tocando.
Durante a turnê de 1974, Pink Floyd tocava três músicas novas na primeira metade dos shows, seguido das músicas do "Dark Side of the Moon" (1972), e uma delas era "Raving e Drooling", que mais tarde se tornaria "Sheep". Durante as performances de "Raving e Drooling", Waters adotava a idéia de alguém delirante e babando (por loucura). A letra da canção foi bastante modificada para se tornar "Sheep". Durante a turnê de "Animals" (1977), a banda tocava versão quase idêntica à gravada, exceto pelo final mais lento, com Richard Wright tocando um solo de órgão.
No interlúdio, ocorre uma paródia do Salmo 23 da Bíblia Sagrada ("O Senhor é meu pastor..."), falado em segundo plano por meio de efeito de um vocoder por Nick Mason, com as palavras alteradas para atender ao tema da canção.
Músicas que apareceram nos repertórios da turne "In the Flesh":
"Sheep"
"Pigs on the Wing (Part I)"
"Dogs"
"Pigs on the Wing (Part II)"
"Pigs (Three Different Ones)"
"Shine On You Crazy Diamond (Parts I–V)"
"Welcome to the Machine"
"Have a Cigar"
"Wish You Were Here"
"Shine On You Crazy Diamond (Parts VI–IX)"
"Money"
"Us and Them"
"Careful with That Axe, Eugene"
Rock progressivo à moda Pink Floyd, de tirar o fôlego.
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